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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

TEORIA DAS PERSONALIDADES VOCACIONAIS E DOS AMBIENTES PROFISSIONAIS – J. HOLLAND

Breve Historial de John Holland
Segundo Silva ( 2007), Holland foi um psicólogo norte-americano, autor duma das mais importantes teorias contemporâneas do comportamento vocacional - Teoria das Personalidades Vocacionais e dos Ambientes Profissionais. Holland descreve-se a si próprio como um prático que paulatinamente se dedicou à investigação. O seu interesse pela Psicologia Vocacional emergiu a partir de várias experiências: a sua formação em consulta psicológica, a sua experiência como psicólogo militar e educacional e as suas experiências de trabalho clínico levaram-no a interessar-se pelo problema da avaliação da personalidade através de um inventário que inclui títulos de profissões.
Holland (1996) citado por Silva (1992:83), interessa-se pelas tendências pessoais que se exprimem na escolha ocupacional, onde salienta que a opção profissional é uma expressão da personalidade que os membros de uma mesma profissão têm personalidades similares e que a satisfação, a estabilidade e a realização profissional dependem da congruência entre as condições individuais de personalidade e as condições ambientais.

Pressupostos Básicos
De acordo com Yost & Corbishley (1987), Holland baseiou-se em certos pressupostos, segundo os quais as pessoas com certas caracteristicas de personalidade se adequam melhor à trabalhos com determinadas caracteristicas especificas definidas. Para Holland, se se conhecer  a personalidade de um indivíduo, pode-se predizer o tipo de ocupação que é provável produzir satisfação e realização. Desta feita, se se delinear um trabalho particular com os respectivos requisistos, pode-se avaliar que tipo de pessoa se enquadra a essa vaga. Portanto, a teoria defende que a satisfação é elevada e a rotatividade voluntária baixa quando a função e a personalidade se encontram ajustadas.
Segundo Guez & Allen (2000), na teoria de Holland as profissões e os indivíduos são categorizados de acordo com a mesma escala de atributos. Assim sendo, a escolha vocacional consistia em seleccionar um ambiente que estivesse de acordo com o tipo de personalidade, constituindo tarefa do orientador não só ajudar o indivíduo a desenvolver cada vez mais as suas habilidades e capacidades, como também a desenpenhar papéis gratificantes.
Conforme Teixeira, Castro & Cavalheiro (2008), esta teoria é vista como uma escolha vocacional apropriada que resulta da combinação de características individuais com as características dos ambientes de trabalho. Assim, pode-se afirmar que para Holland o que importa na orientação vocacional é que após esta ser feita, a personalidade e o ambiente estejam em congruência tendo em conta que eram avaliados sob a perspectiva dos mesmos atributos. Isto significa que os interesses, as atitudes e as habilidades das pessoas a serem orientadas devem estar em concordânnncia com as exigências do ambiente de trabalho.

Tipologias da Teoria de Holland
De acordo com Holland citado por Guichard (2001), a escolha vocacional é uma expressão da personalidade e os membros de uma ocupação possuem personalidades semelhantes. Estas personalidades podem ser de seis tipos: realista, investigativo, artístico, social, empreendedor e convencional. Segundo a teoria, sujeitos de um mesmo tipo respondem de maneira semelhante a muitas situações e problemas e criam ambientes interpessoais característicos.

Realista (R): este sujeito gosta de ofícios tais como mecânica, trabalhos agrícolas ou electricista. Tem capacidades mecânicas e é descrito como conformista, franco, honesto, materialista, natural, perseverante, prático, modesto, estável e supõe a manipulação sistemática de objectos, ferramentas, máquinas e animais.

Intelectual ou Investigativo (I): este sujeito gosta de profissões como biólogo, químico, antropólogo, geólogo, médico. Tem capacidades matemáticas e científicas e é descrito como analítico, prudente, crítico, curioso, independente, introvertido, metódico, preciso e racional. Este ambiente estimula os indivíduos a envolverem-se em actividades intelectuais e encoraja-os a desenvolverem as suas competências científicas, não possuem habilidades de liderança e social.

Artístico (A): este sujeito tem capacidades artísticas musicais e literárias, gosta de ofícios como compositor, músico, escritor, decorador de interiores ou actor. É descrito como emotivo, expressivo, imaginativo, com um espírito pouco prático, impulsivo, independente, intuitivo, não conformista e original. Portanto, este ambiente valorizam a liberdade, ambiguidade e estética.

Social (S): sujeitos com esta tipologia de personalidade, gostam de actividades como professorado, religioso, conselheiro, psicólogo clínico ou terapeuta da fala. Tem capacidades sociais e é descrito como convincente, cooperador, amigável, prestável, idealista, amável, responsável, sociável e compreensivo, valorizam relações interpessoais por forma a educar, informar, treinar e desenvolver.
Empreendedor (E): este sujeito gosta de ofícios como gestor, produtor de televisão, comerciante e tem capacidades de liderança e exprime-se facilmente, preferem também trabalhos que envolvem persuasão e manipulação. É descrito como aventureiro, ambicioso, dominador, energético, impulsivo, optimista, amante do prazer, autoconfiante, popular.
Convencional (C): indivíduos desta tipologia, gosta de ofícios como empregado de escritório, estenógrafo, analista financeiro, bancário, controlador de gestão. Tem capacidades para o trabalho de escritório e para a aritmética. É descrito como conformista, consciencioso, prudente, conservador, organizado, perseverante, com um sentido prático e almo, valorizam a organização e a realização em negócios.
Para Holland (1997) citado por Teixeira, et al. (2008), as dimensões do modelo apresentam um padrão de inter-relações que, num plano gráfico bidimensional, teria a forma de um hexágono, com os tipos aparecendo na seqüência R, I, A, S, E e C. Ou seja, as distâncias entre tipos adjacentes (RI, IA, AS, SE, EC, CR) seriam menores do que as distâncias observadas entre tipos alternados (RA, IS, AE, SC, ER, CI), que por sua vez seriam menores do que as distâncias entre tipos opostos (RS, IE, AC). Isto significa que as dimensões mais próximas entre si apresentam também maior semelhança quanto aos tipos a que se referem (por exemplo, o tipo I é mais próximo dos tipos R e A do que do S, e mais distante do E e do C).

Limites da Teoria de Holland
  • é muito esquemático organizar a diversidade das personalidades individuais e a dos meios de trabalho, em seis tipos, mesmo que os indivíduos e os ambientes não sejam definidos somente pela sua proximidade dos outros tipos;
  • a definição dos tipos psicológicos, que determina a definição dos tipos de ambientes, assenta num preconceito: a definição da personalidade a partir dos interesses profissionais, existe claro, relações entre interesses avaliados por questionários e a personalidade avaliada por questionários ou por testes objectivos;
  • os questionários elaborados por Holland não são propriamente  questionários de personalidade, são questionários de interesses, esta tipologia é de interesse profissionais que dela, mesmo que nela existam relações entre os interesses e a personalidade propriamente dita (Guichard,  2001).

Críticas à Teoria
Osipow & Pelletier citados por Silva (1992), questionam esta teoria na medida em que ela não explica o desenvolvimento da personalidade e seu papel na escolha profissional pois não há uma explicação plausível de como e por que as pessoas se desenvolvem, de início, conforme o tipo específico de personalidade;
Holland foi igualmente acusado de não ter em conta as relações existentes entre tipos  de ambientes e dois aspectos importantes das profissões que compõem esses ambientes: o seu prestígio e o seu carácter mais ou menos sexuado, ou, noutros termos, de ignorar os fenómenos de estratificação social  (Guichard, 2001).

Reformulação da Teoria de Holland
Segundo Yost & Corboshley ( 1987 ),  a teoria de Holland foi sujeita a críticas que consistiam em reclamações relativas aos preconceitos e ainda a falta de versões da teoria mais cedo.
Em virtude das críticas feitas a sua teoria, Holland procedeu a sua reformulação, expandindo-a um pouco, porém mantendo as suas premissas originais. Tentou incorporar nela os efeitos vocacionais de variáveis previamente negligenciadas, incluindo o estatuto socio-econômico, gênero, habilidade e educação. Holland reconheceu que as características de interesses de carreira mudam com o passar do tempo e proveu uma explicação para tal mudança.
De acordo com Holland, o tipo de personalidade básico de uma pessoa estabiliza entre as idades de dezoito e trinta anos  depois disso é bastante difícil mudar. O tipo consciente numa pessoa faz com que ela encontre um ambiente de trabalho satisfatório e com que seja mais hábil para lidar com trabalho satisfatório alterando o ambiente de trabalho, porem não mudando a própria personalidade.

Contribuições da Teoria de Holland
  • este modelo é baseado num enfoque cognitivo, mas que leva em consideração as dimensões emotivas e afectivas da aprendizagem Silva, 1992) ;
  • os questionários de Holland foram introduzidos e são correctamente utilizados em muitos países, a maioria dos programas informáticos usados em orientação, para descrever as actividades profissionais e os indivíduos: esta tipologia é utilizada para estruturar programas de informação profissional;
  • por esta teoria ser imediatamente operatória, fez com que o seu sistema fosse facilmente assimilável;
  • esta teoria ocupa uma posição intermédia entre as concepções diagnosticas e as concepções educativas da orientação;
  • pode ser usada como uma teoria próxima da teoria das aptidões – fundamentam-se os conselhos sobre interesses - mas já não se trata da teoria de as aptidões;
  • pode também ser utilizada como teoria educativa – mas ainda a não é verdadeiramente (Guichard, 2001).







Considerações Finais

Um dos principais pressupostos basilares da teoria de Holland é de que “pessoas com certas caracteristicas de personalidade adequam-se melhor à trabalhos com determinadas caracteristicas especificas definidas”. Nesta perspectiva, é importante referir que o conhecimento da personalidade do indivíduo a ser orientado e das carreiras profissionais, da parte do orientador, em qualquer processo de orientação, constituirá, na óptica desta teoria, um elemento fulcral e imprescindível para a realização do processo de orientação com sucesso, tal com é, também importante, salientar que é preciso, acima de tudo, que os profissionais da Orientação vocacional (profissional) não se esqueçam que a escolha de uma profissão, bem como a dúvida e a indecisão, fazem parte do desenvolvimento normal dos indivíduos e que o papel do orientador nesse processo é o de servir de instrumento para essa escolha e desenvolvimento vocacionais. Portanto, após a realização do presente trabalho que tem enfoque particular a teoria das Personalidades Vocacionais e dos Ambientes Profissionais – John Holland , o grupo concluiu que se se conhecer devidamente a personalidade de um determinado indivíduo, pode-se predizer, com certeza, o tipo de ocupação que lhe é provável produzir satisfação e realização.














Referências Bibliográficas

  • Guez, W. & Allen, J. (2000). Orientação. França: Unesco

  • Guichard, J. (2001). Psicologia da Orientação. Instituto Piaget: Lisboa.

  • Silva, M. de L. R. da. (1992). Personalidade e Escolha Profissional: Subsídios de Keirsey e Bates para a Orientação Vocacional. Editora Pedagógica e Universitária, Lta: São Paulo.

  • Silva, T. (2007). Teorias da Escolha e do Desenvolvimento Vocacional.

  • Teixeira, M. A. P.; Castro, G. D. & Cavalheiro, C. V. (2008). Escalas de Interesses Vocacionais (EIV): construção, validade fatorial e consistência interna. Porto Alegre: Psicol. estud. vol.13 no.1.  

  • Yost, E. & Corbishley, M. (1987). Carrer Counselling: A Psychological Approch. Jossey-Bass



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