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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

PSICOADAPTAÇÃO: um fenómeno psicológico inconsciente

A Psicologia é realmente uma área interessante. Não há dúvidas. Ela pode ajudar a conhecer melhor o cérebro humano, o que aumenta, de certa forma, a tolerância para com os outros e a entendê-los melhor. A Psicologia, mais do que uma área de conhecimento científico, representa também uma forma de vida, de ser e de estar, pois acompanha o dia-a-dia do das pessoas desde os primórdios da existência do homo sapiens.

Mesmo o maior homem que já existiu em toda a história da humanidade – o “Mestre” JESUS CRISTO, que ensinou e viveu o “Princípio da Liberdade e do Amor”, sem ter esdudado psicologia, usou ferramentas psicológicas para moldar a personalidade dos seus descípulos e para mudar o mundo. Mais uma prova clara que a psicologia é também uma forma de vida, para além de ser um campo de conhecimento científico.

Augusto Cury, psiquiatra, psicólogo/psicoterapeuta e cientísta desenvolveu o conceito de inteligência multifocal, uma perspectiva psicológica inovadora do funcionamento da mente e da construção do pensamento. Com ele aprendi mais um conceito “novo” e que constitui um valor acrescentado para psicologia moderna, a psicoadaptação, ou simplesmente conformismo em psicologia. Ao percebe-la, compreendi muitas pessoas que já passaram na minha vida e compreenderei muitos que ainda passarão. Augusto Cury diz que o fenómeno da psicoadaptação é a incapacidade de a emoção humana reagir com a mesma intensidade frente à exposição ao mesmo estímulo.

Segundo ele, quando nos expomos repetidamente a estímulos que nos excitam negativa ou positivamente, com o tempo perdemos a intensidade da reacção emocional, isto é, psicoadaptamo-nos a eles. Nós psicoadaptámo-nos ao telemóvel, ao automóvel, ao tipo de roupa, à decoração da nossa casa, aos conceitos, aos paradigmas sociais e até aos amigos, conhecidos e pessoas amadas.

Assim, perdemos o prazer e procuramos inconscientemente novos estímulos, novos objectos, novas ideias, novos amigos, novos amores, etc. Mas a solução, segundo Curry, não está em trocar de objecto ou de pessoa, só conseguiremos voltar a ter prazer se formos capazes de reciclar a nossa capacidade de observar e valorizarmos pormenores antes não contemplados. Ou seja, se redescobrirmos detalhes.

No aspecto positivo, a psicoadaptação gera uma revolução criativa. Incentiva-nos a procurar o novo, a amar o desconhecido, ou seja,
gera uma ansiedade que nos estimula a procurar sempre novas experiências, o que promove a criatividade, a inventividade, a curiosidade, pois sem isso, não teríamos desenvolvido a ciência, a cultura, a arte e a religião. A psicoadaptação é um dos grandes fenómenos psicológicos inconscientes responsável pelas mudanças dos movimentos literários, na pintura, na arquitectura e até na ciência.

Do lado negativo, se a psicoadaptação for mal gerida, gera solidão, insatisfação crônica e destrói relações sociais. Há profissionais bem-sucedidos que têm muitos motivos para serem felizes, mas são entediados, angustiados, pois psicoadaptaram a vida. Tudo é chato, rotineiro, sem sabor emocional. Só amam desafios e, para eles, as conquistas geram um prazer rápido e fugaz.
Alguns colocam um quadro de pintura na parede e nos primeiros dias sentem prazer em contemplá-lo, mas um mês depois nem se lembram que ele está ali. Do mesmo modo, as mulheres se sentem bem com uma nova roupa, depois de usá-la algumas vezes, mesmo que a roupa esteja novíssima, a psicoadaptação bloqueia-lhes o prazer.
Aqui está uma das maiores armadilhas da emoção. Este processo algema-nos, destrói a capacidade de lutar pelos nossos sonhos, pelo a quem amamos e bloqueia a nossa felicidade.
E então, como voce pode lutar contra o fenómeno da psicoadaptação? Reflita

Aniceto Sabune
+258823843897