Personalidade
Cada indivíduo é singular, tem seu mundo particular e atributos personalizados. Quando alguém deseja compreender o comportamento de outrem, em determinada circunstância, esforça-se por descobrir as motivações das suas atitudes, opiniões, sentimentos e crenças.
Conceituar a personalidade de modo perseptível e compreensivo sempre foi e é uma tarefa difícil, mesmo para os estudiosos do assunto. Sabe-se que não existem duas personalidades idênticas, tal como não há duas pessoas completamente iguais, cada ser humano é único, com um temperamento próprio e características peculiares. Porém, as pessoas podem possuir os mesmos traços de personalidade em comum.
A personalidade é instável e variável, pois ela existe em função de um meio no qual ela precisa adaptar-se e, como pertence à um indivíduo, sofre um processo de desenvolvimento. Deste modo, a personalidade de cada pessoa circunscreve-se na sua história de vida a qual, constitui a unidade básica a ser levada em consideração para a determinação da personalidade em cada indivíduo.
Para o estudo da personalidade devem-se considerar os elementos bio-psicológicos herdados, o meio, isto é, as condições ambientais, sociais e culturais nas quais os indivíduos se desenvolvem; os dados adquiridos na interacção hereditariedade-meio; as características e condições de funcionamento do indivíduo nessa interacção, que possibilitam previsões a respeito do seu comportamento em situações futuras.
Considerando-se a personalidade como uma unidade individual que se desenvolve em um determinado meio, toda sua manifestação, sob a forma de diferentes tipos de comportamento, resulta de características geneticamente herdadas, de experiências passadas e de estímulos actuais do meio. Deste modo, a personalidade é a resultante psico-física da interacção da hereditariedade com o meio, manifestada através do comportamento, cujas características são peculiares a cada pessoa.
O desenvolvimento da personalidade está intimamente associado ao desenvolvimento físico. Seja qual for a fase do desenvolvimento, a personalidade apóia-se na estrutura física do indivíduo, a qual chama-se constituição. Nesta há um conjunto de características individuais herdadas que podem ou não se desenvolver nas interacções com o meio. A este conjunto de características dá-se o nome de genótipo. Por outro lado, existem características individuais adquiridas basicamente por influência do meio e que no seu conjunto são chamadas de parátipo. Entretanto, quando se observa uma pessoa, ela apresenta-se com sua estrutura fenotípica que é o resultado da integração genótipo- parátipo.
No plano psicológico, pode-se relacionar, por analogia, temperamento com genótipo, carácter com parátipo e personalidade com fenótipo.
Temperamento
A individualidade das pessoas é marcada por um temperamento que exerce profunda influência sobre o comportamento. Por esta razão o termo temperamento pode ser conceituado como a natureza comportamental herdada; ou seja, a tendência herdada do indivíduo para reagir ao meio de maneira peculiar. Assim, temperamento é a natureza do homem, a maneira de ser e agir da pessoa, formada por factores geneticamente determinados. Ele tem uma série de características que inconscientemente afectam o procedimento do indivíduo em todos seus relacionamentos.
Desde o nascimento, entre os indivíduos verificam-se diferentes limiares de sensibilidade frente aos estímulos internos ou externos, diferenças no tom afectivo predominante, variações no ritmo, intensidade e periodicidade dos fenômenos neuro-vegetativos (que funciona involuntariamente ou inconscientemente).
Cada temperamento é uma combinação de características, positivas e negativas, que influenciam o comportamento do ser humano. Ele diz respeito à natureza herdada no homem interior, processada em três faculdades da “alma” - razão: racionalidade, afectividade e vontade. Essas três capacidades - a de conhecer, a de sentir e a de querer (decidir) - têm estados permanentes e transitórios, variando de intensidade e prevalecendo de forma distinta em cada indivíduo.
Todos os temperamentos têm características e tendências que levam os indivíduos a ter um comportamento marcado por tipos diferentes de emoções, sensações, aspirações, percepções, sentimentos, pensamentos, etc. Daí que não há dúvida alguma que o temperamento exerce um papel extraordinariamente significativo no resultado final das nossas características pessoais.
As heranças genéticas determinam em parte o que somos, todavia, são as vivências e experiências que modulam as predisposições vindas do passado e agregam novos factores e valores apresentando o resultado final da nossa personalidade. A personalidade, deste modo, é um complexo maior do que a natureza herdada. Ela envolve o todo do indivíduo como ser humano e como pessoa: natureza, educação, valores, crenças, sentimentos, pensamentos, emoções, sensações, aspirações, percepções, carácter, aptidões, talentos, etc., que juntos definem o seu estilo pessoal e social.
Carácter
Sendo o carácter, um conjunto de formas comportamentais mais elaboradas e determinadas pelas influências ambientais, sociais e culturais, que o indivíduo usa para adaptar-se ao meio, ele constitui, tal como o tempramento e a personalidade, um elemnte determinante do comportamento. Ao contrário do temperamento, o carácter é predominante volitivo ( depende da vontade) e intencional. Entretanto, de modo geral, temperamento e caráter estão intimamente associados, podendo estar tão co-relacionados que se torna difícil a sua distinção.
E então será que, na essência, somos por fora o que somos por dentro? Ou somos por dentro o que somos por fora? Reflita...
Aniceto Sabune
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