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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

USO DE TESTES NA ORIENTAÇÃO – ESTUDO DE CASO

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho - estudo de caso - objetivou compreender até que ponto o uso dos testes nos Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da Escola Portuguesa de Moçambique – EPM-CELP, contribui para o sucesso do processo de orientação. Trata-se de um estudo de caso efectuado no âmbito de exame de frequência da cadeira de Psicologia de Orientação Profissional, realizado nos Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da Escola Portuguesa de Moçambique – EPM-CELP e subordina-se ao tema uso de testes na orientação.  
O uso de instrumentos psicometricamente ajustados ao contexto em que serão utilizados é fundamental para a confiabilidade dos processos de avaliação psicológica. Em situações de orientação vocacional tal preceito tem igual importância, na medida em que a avaliação de diferentes constructos, pelo orientador, deve levar o sujeito a se conhecer melhor, proporcionando-lhe uma escolha adequada que esteja em concordância com os seus interesses vocacionais ou as actividades das diversas áreas de estudo.
Sendo os testes instrumentos importantes para qualquer processo de orientação, por fornecerem uma informação precisa sobre o sujeito a ser orientado, no que diz respeito aos seus interesses vocacionais; suas capacidades intelectuais gerais; suas aptidões mentais; seus valores e sua personalidade, o seu uso no processo de orientação como uma das etapas de avaliação torna-se imprescindível.
Contudo, o trabalho está estruturado nos seguintes termos: a presente introdução; a apresentação da instituição; o problema de pesquisa; a justificativa; os objectivos; a hipótese; a fundamentação teórica; a metodologia; a apresentação dos resultados que inclui os testes usados nos Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da Escola Portuguesa de Moçambique – EPM-CELP; a discussão dos resultados; a conclusão e as  referências bibliográficas.

2. APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
2.1. Localização
A Escola Portuguesa de Moçambique–EPM - CELP, tem instalações próprias construídas de raiz na cidade de Maputo. Situa-se no bairro Costa do Sol, junto à orla marítima e tem uma área de cerca de 27000m2 e uma parcela adjacente com 3000m2 que serve de parque de estacionamento de veículos.

2.2. Historial da instituição
A EPM-CELP, foi criada na titularidade do estado português à luz da cooperação celebrada entre Portugal e Moçambique pelo decreto-lei nº 241/99 de 25 de Junho, complementado pelo decreto-lei nº 177/2002, de 31 de Julho, é dotada de personalidade jurídica e de autonomia cultural, pedagógica, financeira e património próprio. Nesta perspectiva, no contexto da política de relações internacionais e de cooperação, a missão da EPM-CELP visa promover e difundir a língua e a cultura portuguesa, assumida como valência substantiva na implementação de uma política cultural e educativa em Moçambique tendo iniciado as suas actividades no ano 1999/2000.

7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
7.1. Conceitos-chave
7.1.1. Teste
De acordo com Gordon & Kalha (2000), teste é  um conjunto de tarefas ou questões com o objectivo de elucidar tipos particulares de comportamento quando apresentados em condições padronizadas. Segundo Cronbach (1970) citado por Gordon & Kalha (2000), teste é um procedimento sistemático de observação e descrição de uma ou mais características de uma pessoa, com a ajuda de uma escala métrica ou de um sistema de categorias.

7.1.2. Teste psicológico
Um teste psicologico é um procedimento sistematico (caracterizam-se por planeamento, uniformidade e meticulosidade) para a obtencao de amostras de comportamento (subconjuntos de um todo muito maior) relevantes para o funcionamento cognitivo ou afectivo e para a avaliacao dessas amostras de acordo com certos padroes (Urbina, 2007).

7.1.3. Orientação
A Orientação é um processo de natureza progressiva, no qual se auxilia um indivíduo a entender, aceitar e usar as suas habilidades, atitudes, interesses e padrões de atitude, face às suas aspirações (Gordon & Kalha, 2000).

7.1.4. Orientação Vocacional (OV)
A Orientação Vocacional é um processo que ajuda os indivíduos a escolher uma profissão, prepara-os para tal profissão, seu ingresso e desenvolvimento (Gordon & Kalha, 2000).
Segundo Noronha, Freitas & Ottati (2003), a orientação vocacional é um processo que ajuda os indivíduos a escolher uma profissão, prepara-os para tal profissão, seu ingresso e desenvolvimento. A satisfação vocacional requer que os interesses, aptidões, atitudes e personalidade de uma pessoa sejam adequados ao seu trabalho.

7.2. Uso de testes psicológicos na orientação
Os testes na orientação normalmente são usados para  recolher informações sobre os indivíduos e usar estas informações para avaliá-los. O orientador e/ou aconselhador usará a avaliação de dados de testes e outras fontes porém ele deve, entretanto, ter um bom entendimento do campo geral da medição (Gordon & Kalha, 2000). No entanto, antes de proceder à discussão detalhada de como os testes são usados na orientação, é necessário referir a sua pertinência nesse processo e, de acordo com Gordon & Kalha (2000), pode-se destacar:
Primeiro: supõe-se que os testes sejam os mais objectivos e precisos na medida em que a partir dos resultados dos testes, pode-se verificar, rejeitar ou modificar as convicções previamente existentes sobre um indivíduo.
Segundo: os testes fornecem novas informações sobre a qualidade do futuro desempenho do indivíduo em situações novas ou informações difíceis de serem extraídas pelo indivíduo a partir de uma experiência prévia. Nesta perspectiva, a maior razão para o uso dos testes psicológicos na orientação é que as opções surgem para o indivíduo e os estudantes devem tomar as suas próprias decisões e conviver com elas e, deste modo, espera-se que os testes possam conter informações úteis que podem ser usadas na sua tomada de decisões.
7.3. Programa escolar de testes
Como parte da aplicação geral de testes na orientação, o orientador deve organizar um programa de testes na escola. Um programa de testes deve ser bem organizado, deve estar relacionado com o uso e deve haver integração e continuidade. Relação com o uso significa que os testes usados devem ser aplicáveis ou relevantes ao problema. Integração refere-se a em que medida existe uma relação lógica e clara entre os diferentes instrumentos de teste usados e entre os testes gradualmente aplicados. Deste modo, um programa de testes deve ter continuidade por muitos anos, pois isto ajuda a seguir o crescimento individual de um estudante de ano para ano e ajuda também o orientador a conhecer melhor os seus instrumentos - testes (Gordon & Kalha, 2000).

7.4. Funções de um programa de testes

Segundo Gordon & Kalha (2000), se os testes estão para ser introduzidos, é essencial que todo o pessoal do ensino saiba dizer como devem ser introduzidos e o que devem conter. Os testes devem estar integrados no sistema escolar como um todo. Só poderão funcionar se forem vistos como uma ajuda para atingir os objectivos gerais da escola. Organizado desta forma, como refere Gordon & Kalha (2000), um programa de testes pode servir às seguintes funções:

  • ajudar a melhorar a qualidade e a natureza do processo de ensino-aprendizagem, provendo os professores de feedback sobre a eficiência das suas técnicas;
  • fazer a orientação vocacional mais efectivas;
  • agir como estímulo para uma definição dos objectivos educacionais na escola;
  • ajudar os estudantes a entenderem-se a si próprios, as suas necessidades, interesses, habilidades, limitações, preconceitos e potencial de desenvolvimento.

7.5. Tipos de teste que podem ser usados num programa de testes
Qualquer programa de testes numa escola provavelmente consistirá em dois tipos de teste: os que todos os estudantes se submetem de tempo em tempo e os usados somente quando necessário, na ajuda de um determinado estudante (Gordon & Kalha, 2000). Nesta perspectiva, um programa geral mínimo de testes deve consistir em: medidas de capacidades de realização em assuntos específicos; testes de habilidades gerais; medidas dos ajustes pessoal e social; e medidas de interesses vocacionais.

Testes de realização: medem o conhecimento, habilidades e práticas que resultam da instrução dada pela escola. Geralmente representam uma avaliação definitiva do estatuto do indivíduo ao completar o treinamento, por exemplo, exames para mudança de nível.
Testes de habilidades gerais: medem o desenvolvimento intelectual padrão e a aptidão, ou potencial, do indivíduo. Esses testes são úteis como ferramentas de diagnóstico, por exemplo, testes de inteligência e aptidão.
Testes de personalidade: medem características tais como o ajuste emocional, relações inter-pessoais, motivação e atitudes, por exemplo, Inventário de Personalidades Multifásicas de Minnesota (MMPI).
Inventários de interesses: medem o que o indivíduo gosta ou não gosta. Na Orientação, são muito importantes as informações sobre os interesses do indivíduo voltados para a vocação e a são muito importantes carreira profissional. Estas informações devem ajudar o aconselhador a orientar um indivíduo a seguir o seu interesse, por exemplo, Levantamento de Interesses Gerais de Kuder.

8. METODOLOGIA
Pelo carácter descritivo do tipo de pesquisa em questão neste singelo trabalho - estudo de caso - foi usada uma metodologia qualitativa que, de acordo com Gil (2008), possui um forte cunho descritivo que conduz à um profundo alcance analítico sobre o caso em estudo que, para este trabalho, é uma instituição - Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da EPM-CELP. Para tal, fez-se uma revisão bibliográfica a partir de livros e artigos científicos inseridos em revistas electrónicas, pois ela tem uma importância consagrada e disponibiliza um perfil de conhecimento actualizado.
Em seguida, em consequência do tipo de pesquisa em questão neste trabalho, optou-se por se usar a análise documental e entrevista como instrumentos de colheita de dados. Assim, efectuou-se a recolha de dados através de um trabalho de campo usando-se os instrumentos acima referidos. Portanto, o critério para a análise e discussão dos resultados foi meramente de carácter descritivo.

8.1. Procedimentos
A recolha de dados através da análise documental foi efectuada sob consentimento e autorização da psicóloga que trabalha no serviço de orientação ora em questão, drª. Alexandra Melo, que disponibilizou material escrito sobre o caso em estudo que serviu como fonte de dados.
A entrevista foi efectuada com a própria drª. Alexandra Melo, psicóloga e orientadora que trabalha nos serviços de Psicologia e Orientação ora em questão. Foi uma entrevista estruturada, cujo guião tinha 13 questões concebidas na perspectiva de responder os objectivos pré-estabelecidos. Veja o guião de entrevista em anexo.

9. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
9.1. Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da EPM-CELP
De acordo com os dados recolhidos através dos instrumentos acima referidos, a EPM- CELP realiza serviços de orientação desde o início das suas actividades no ano 1999/2000, quando as suas instalações situavam-se no recinto da Feira Internacional de Maputo (FACIM). Quando passou às novas instalações, a EPM- CELP continuou com os serviços de orientação, tendo-os melhorando cada vez mais.

Os serviços de apoio educativo abrangem todos os ciclos, desde o pré-escolar até o ensino secundário. Em particular os serviços de orientação destinam-se aos alunos do 9º ano do 3ºciclo do ensino básico, de forma a fornecer aos alunos uma ajuda e orientação na escolha da área de estudo a partir do 10º ano.

Em termos de organização e funcionamento do serviço de orientação para os níveis pré escolar e 1º ciclo (1ª a 4ª classes), a EPM-CELP sensibiliza os professores a estar atentos aos problemas de aprendizagem. A sensibilização incide sobre as áreas: cognitiva, desenvolvimento, comportamental, aptidões, prevenção e avaliação. Na área cognitiva são explorados aspectos como atenção, memória e linguagem. De entre estes o aspecto atenção é o mais frequente. Para a exploração da área cognitiva são aplicados os seguintes testes: WPPSI, WISC, Columbia, Raven, My e D2.

No que diz respeito à linguagem explora-se o vocabulário, a compreensão da leitura (dislexia) e a expressão escrita (disortografia). Quanto as aptidões para aprendizagem, para o nível pré-escolar explora-se a iniciação da leitura e escrita; para o 1º ciclo explora-se o desenvolvimento psicomotor, a organização espacial, a linguagem, percepção visual e auditiva. Para a avaliação desta área é aplicado o teste de Maturidade pré-escolar e BAPAE e, por último, para a avaliação da área de prevenção é aplicado o teste PIAAR.

No 2º (5ª a 6ª classes) e 3º ciclos (7ª a 9ª classes), incluindo o ensino secundário, a EPM-CELP nos seus serviços de orientação desenvolve trabalhos em aspectos relacionados a atenção; organização do estudo (responsabilidade pessoal, organização do tempo e espaço, conteúdos de estudo, método de estudo); orientação vocacional (no 9ºano); comportamento (hiperactividade, oposição); emoção, aspectos sócio-afectivos, auto-estima, familiares; sexualidade (prevenção de comportamentos de risco) e toxico-dependência. Porém, é importante salientar que a orientação vocacional propriamente dita é efectuada apenas com os alunos do  3º ciclo, especificamente os do 9ºano.

10. Testes usados nos Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da EPM-CELP
Os Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da Escola Portuguesa de Moçambique - EPM-CELP, que normalmente efectua orientação a partir do 9ºano de escolaridade, usa vários testes como uma das etapas de avaliação durante o processo de orientação vocacional, dos quais os mais usados estão subdivididos em três áreas principais: área de interesses; área da personalidade e área das aptidões mentais e raciocínio lógico.

Sendo os testes instrumentos com carácter preditivo e diagnóstico, é importante deixar claro que os testes não definem certamente a profissão exacta, mas sim ajudam a clarificar as suas idéias sobre os seus interesses; as suas aptidões, o seu raciocínio, seus valores e a sua personalidade. Deste modo, os resultados obtidos nos testes de orientação vocacional oferecem um melhor conhecimento de si próprio e ajudam aos alunos a tomarem a decisão mais acertada em relação aos seus interesses vocacionais.

10.1. Inventário de interesses vocacionais
Para a avaliação dos interesses vocacionais (ciências exatas, biológicas e/ou ciências sociais) dos alunos, cujo perfil de interesse constitui as áreas que motivam os alunos, os Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da EPM-CELP usa os seguintes testes: KUDER, IPP, IIP e COPS.
10.1.1. Principais vantagens dos inventários de interesses
·         Identifica os interesses vocacionais ao longo do 3º ciclo de escolaridade;
·         Fornece análises e gráficos de interesses; e
·         Podem se aplicar individual ou colectivamente.

10.1.2. KUDER - Registo de Preferências Vocacionais
Avalia os interesses vocacionais ou profissionais dos alunos a partir das actividades preferidas ou rejeitadas em campos de preferências. Inclui ainda uma escala de verificação que funciona como escala de validação. Permite elaborar um perfil de interesses, em que os valores considerados elevados tomam um carácter indicativo do tipo de campo que o sujeito prefere. Aplica-se à adolescentes que estejam no 9ºano de escolaridade, num tempo de +/- 45min e pode-se aplicar de forma individual ou colectiva.

10.1.3. IPP - Inventário de Interesses e Preferências Profissionais
É um inventário que avalia os alunos segundo seus interesses vocacionais (ciências exatas, biológicas e/ou ciências sociais), tendo em consideração as tarefas que integram em cada uma dessas preferências. A partir dos resultados obtidos elabora-se o perfil do aluno, especificando as suas preferências vocacionais ou por actividades em cada área de estudo. A análise do perfil deverá ter em consideração a existência ou não de discrepâncias entre as pontuações em áreas de estudo e as respectivas actividades. Aplica-se à alunos do 9ºano de escolaridade, num tempo de +/- 45min e aplica-se de forma colectiva.

10.2. Testes de personalidade
Com vista a se efectuar uma orientação que esteja compatível com a personalidade do aluno, os Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da EPM-CELP usa os seguintes testes para avaliar a personalidade dos alunos: COM-73 e 16PF.

10.2.1. 16PF - Questionário Factorial de Personalidade
É um questionário constituído por 185 itens que avaliam 16 traços primários da personalidade. A combinação destes traços permite a obtenção de resultados para 5 factores de segunda ordem, referidos como: extroversão, ansiedade, dureza, independência e auto-controlo. Uma análise mais detalhada do perfil permite obter informações quanto ao potencial de liderança, à criatividade, à empatia, às competências sociais, à auto-estima e à capacidade de adaptação e ajustamento do sujeito. Normalmente, os Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da EPM-CELP aplica à alunos do 9ºano de escolaridade, num tempo de +/- 45min e aplica-se de forma colectiva.

10.3. Teste de Aptidões Mentais Primárias e de Raciocínio Lógico
Para a avaliação da aptidões mentais primárias e do raciocínio lógico nos Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da EPM-CELP, como uma das etapas do processo de orientação, usa-se o PMA que é um teste que avalia as aptidões mentais primárias e o D48 que avalia as capacidades intelectuais gerais dos alunos.

10.3.1. Testes de Aptidões Mentais Primárias - PMA
O PMA é um teste que os Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da EPM-CELP usa para avaliar as aptidões mentais primárias dos alunos do 9ºano de escolaridade e constitui uma bateria de aplicação individual ou colectiva. Tem como finalidade avaliar o perfil das aptidões básicas dos alunos em 5 factores: compreensão verbal, concepção espacial, raciocínio lógico, cálculo numérico e fluência verbal.
Compreensão verbal: capacidade para captar ideias expressas através da linguagem escrita ou oral. É indispensável em actividades em que predomina o uso da linguagem.
Concepção espacial: capacidade para imaginar e reconhecer estruturas espaciais e compará-las entre si, ou aptidão para reconhecer objectos que mudam de posição no espaço mantendo a sua estrutura interna.
Raciocínio lógico: é a capacidade para seguir um processo descobrindo a relação causal que existe entre diversos factores, ou inferir do particular ao geral e extrair das premissas a conclusão lógica.
Cálculo numérico: capacidade para manejar números e para resolver rapidamente problemas quantitativos simples.
Fluência verbal: capacidade para exprimir com facilidade as próprias ideias de modo convincente.

10.3.2. D48 - Teste de Dominós
É um teste de inteligência geral que constitui uma excelente medida de factor "g". Os Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da EPM-CELP usa este teste para avaliar as capacidades intelectual dos alunos do 9ºano de escolaridade, para conceptualizar e aplicar o raciocínio sistemático à novas situações. Aplica-se durante 25min de forma colectiva.

Tabela de sessões de orientção vocacional na prática – e as respectivas sessões onde se usam os testes, durante o processo de orientação vocacional na EPM-CELP. O processos é constituido por 6 sessões de 60 minutos cada.


1ª Sessão
-Questionário e Entrevista inicial de Orientação Vocacional
- Avaliação da Maturidade Vocacional


A primeira sessão consiste numa entrevista e na realização de um questionário que vai permitir recolher informação de forma fidedigna acerca dos preferências e interesses dos alunos.

2ª Sessão

- Avaliação do

Nível de Inteligência Geral D48
Avaliação dos interesses (KUDER, IPP e IIP).



  





A segunda sessão consiste na aplicação de teste psicotécnicos.

3ª Sessão
- Teste das Aptidões Mentais Primárias (PMA).





    

Testes psicotécnicos que permitem avaliar as aptidões verbais, numéricas, abstractas, mecânicas e espaciais dos alunos.

4ª Sessão
- Inventário de  Interesses (COPS).

 Testes de personalidade (16PF e COM-73).









Testes psicotécnicos  para confirmar interesses e avaliar o modo de funcionamento emocional, ou seja a personalidade do sujeito - aluno.

5ª Sessão
-Investigação e exploração de preferências vocacionais.
 - Investigação e exploração de cursos de carácter geral ou profissional .






Capacitar o aluno para uma correcta ulitização e pesquisa de informação oficial e actualizada de cursos e profissões

6ª Sessão

- Entrevista final

- Entrevista com os pais (opcional)

- Entrega de Relatório Final


  



A ultima sessão consiste na entrega de um relatório, onde são discutidos os resultados obtidos nos testes.




11. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os instrumentos de avaliação de interesses oferecem oportunidades de o indivíduo estudar e relacionar os resultados do teste com informações ocupacionais; e também oferecem uma expansão nas opções de carreiras, já que muitos inventários já trazem não só ocupações que necessitam formação universitária, mas também opções de carreiras de nível técnico (Anastasi; Urbina, 2000; Cronbach, 1996) citados por (Ottati & Noronha, 2003).
Anastasi & Urbina (2000) citadas por Ottati & Noronha (2003) enfatizam que os instrumentos de avaliação de interesses possuem ainda uma outra característica, muito peculiar, que diz respeito à facilidade que as pessoas têm em responder às questões. Neste sentido, Anastasi e Urbina (2000) citadas por Ottati & Noronha (2003), afirmam ainda que as atitudes, as aptidões e os interesses representam um importante aspecto da personalidade de uma pessoa. Assim, pode ser de fundamental importância avaliar esses aspectos dos indivíduos envolvidos na orientação. Essa seria uma das formas de alcançar alguns dos objectivos propostos da orientação.
Sbardelini (2000) citado por Ottati & Noronha (2003), considera que o uso de testes na orientação constitui uma etapa importante no processo de avaliação para a orientação, pois fornecerem uma informação precisa sobre o sujeito a ser orientado no que diz rspeito aos seus interesses vocacionais; suas capacidades intelectuais gerais; suas aptidões mentais; seus valores e sua personalidade. Ou seja, é um meio que oferece possibilidades de apreender a subjectividade do sujeito diante das condições objectivas que lhe são apresentadas. Nesse sentido, o teste visa enriquecer as informações já levantadas por outros meios, atribuindo um significado mais preciso, compreensivo e dinâmico da personalidade do sujeito e dos mecanismos que interferem no processo de orientação vocacional.
O uso dos testes na orientação não deve ser a única fonte de informação sobre o indivíduo, já que os programas de orientação envolvem outros métodos, como dinâmicas de grupo e entrevista psicológica, para a recolha de informação do sujeito. Souza (1995) citada por Ottati & Noronha (2003), afirma que os testes têm um papel instrumental na orientação, ou seja, não substituem a função do psicólogo, nem dos outros métodos de avaliação, mas sim vêm a ser mais uma das etapas de avaliação. Entretanto, os testes vêm para oferecer mais informações sobre os indivíduos e, o processo de orientação não se inicia a partir dos testes.
Ao utilizar os testes, o orientador deve atentar para não fazer uso de forma fechada e estática, mas sim dar importância a todas as dimensões do instrumento, incluindo as deficiências e limitações, até mesmo para saber como lidar com elas. Nesse sentido, ele deve realizar avaliações psicológicas com mais propriedade, usando diversos intrumentos para obter informações do sujeito.


12. CONCLUSÃO
Os testes psicológicos são instrumentos importantes para a prática profissional do psicólogo, auxiliando-o na realização de avaliação psicológica, no ensino e na pesquisa. Pela sua validade, precisão, padronização e normalização, são considerados instrumentos de medida que oferecem informação precisa sobre qualquer indivíduo que esteja num processo de avaliação psicológica.
Tomando-se como norte os objectivos pré-estabelecidos neste trabalho, constatou-se que num processo de orientação, o uso dos testes constitui uma das etapas importantes que serve de meio que oferece possibilidades de apreender a subjectividade do sujeito diante das condições objectivas que lhe são apresentadas.
Diante das evidências teóricas e dos resultados obtidos no presente estudo de caso, tornou-se claro que o uso de testes na orientação, precisamente, nos Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional da Escola Portuguesa de Moçambique – EPM-CELP, é indispensável para garantir o grau de confiabilidade da informação obtida do sujeito a ser orientado, que permitirá ao mesmo tomar decisões certas e seguras sobre as suas preferências vocacionais ou seus interesses profissionais. O outro facto que ficou evidente depois deste estudo, é que o sucesso de um processo de orientção subordina-se, entre outros elementos, no uso de testes durante o processo de orientação, como uma das etapas de avaliação psicológica; ainda que tal uso dos testes não possa ser olhado como a única fonte de informação sobre o sujeito a ser orientado, na medida em que existem outros instrumentos de recolha de informação como a entrevista psicológica e as dinâmicas de grupo, igualmente importantes e indispensáveis para a avaliacção psicológica. Portanto, para uma efectiva completidão e sucesso do processo de orientação, não se deve dispensar o uso de testes, pelo seu carácter instrumental, visto que do mesmo modo que eles não podem substituir os outros métodos de avaliação, também não podem ser substituidos por tais métodos.


13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bianchi, A. C. de M.; Alvarenga, M. & Bianchi, R. (2003). Manual de Orientação: Estágio  Supervisionado. 3ª edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.

Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª edição. São Paulo: Atlas S.A.

Gordon, W & Kalha, U. (2000). Orientação – Módulo I. Botswana: Editores Wilma Guez e John Allen UNESCO.

Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (1992). Metodologia Científica. 2ª edição. São Paulo: atlas.

Noronha, A. P. P.; Freitas, F. A. & Ottati, F. (2003). Análise de instrumentos de avaliação de interesses profissionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, vol.19 no.3. Brasília. Disponível em: http://www.pciconcursos.com.br/provas/seap. Acessado em: 17 de Novembro de 2010. 

Ottati, F. Noronha, A. P. P. (2003). Parâmetros psicométricos de instrumentos de interesse profissional. Disponível em: http://www.pciconcursos.com.br/provas/seap. Acessado em: 17 de Novembro de 2010.
Urbina, S. (2007). Fundamentos da Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artmed.


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